ESCURIDÃO E LUZ
Quis o destino que eu crescesse destemido,
ao forjar o meu peito, escudo rijo e forte!
E muito cedo entregue aos caprichos da sorte
nas lutas que travei, sem dar-me por vencido.
E esse guerreiro bravo, altivo de tal porte,
que derrotas provou, sem ser nunca abatido
dobra-se ante uma sombra, um medo sem sentido:
temer a escuridão bem mais que a própria morte.
Meu pai, a um terapeuta, um dia, quis levar-me
e eu lhe disse que a Fé que anima o humilde crente
precisa ser mantida, e pura, sem alarme!
Para que livre, enfim, desses medos tão seus,
possa amar este mundo insano, simplesmente,
sem distanciar de si, jamais, o Amor de Deus!