MANIFESTO DAS PALAVRAS

Mensageiro celeste, houve o vento

De se queixar aos deuses ofendido

Por ser pelo olhar substituído

E o cupido mostrar-lhe o desalento.

- Sem palavras sonoras que sentido

Faz alguém entulhar o pensamento

Com o mais belo e puro sentimento,

Se a voz não roçar leve o ouvido?

Disse-lhe um deus: - Há quem caia no engano

De não jurar o amor em louco plano

Que não serve de cura o melhor bálsamo.

Mas o tempo dirá que não há gesto

No amor que se iguale ao manifesto

Das palavras dizendo "eu te amo".