A Noiva
Vejo-a a caminhar tão bela e sorridente
Ao altar, ao encontro da cara metade,
Ambos, nem bem saídos da puberdade
E um caminho a perder de vista pela frente.
Onde os ideais fundem-se intimamente,
Nenhuma imaginária tempestade há de
Frustrar tão destemida e ávida vontade,
Até que os separe a morte impenitente.
A vida de casal, entremente, é empírica,
Onde a estabilidade nada tem de lírica
E o rompimento nem sempre vem pela morte
Homem não muda nunca e mulher muda sempre,
Nem se faz necessário outra pedra na trempe,
Pra mostrar o quão fraco é quem pensa ser forte.