PALHAÇO DE MIM

Pobre palhaço, velho e triste,

De mil cores embutido,

Ficou-te o dedo em riste,

Contra quem te tem ofendido,

Nesta vida tão desgraçada,

Onde és o que nunca serás,

Só para alegrar a criançada,

Deixando a tua vida para trás.

E agora, meu pobre, homem,

Se nem o espelho te reconhece,

As dores que te consomem?

Foi-se o tempo das acrobacias,

A pantomina já padece,

No vulgar do comum dos dias.

Jorge Humberto

03/10/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 04/10/2007
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