MOCIDADE E MADUREZA

O teu corpo maduro enche de paz

A minha alma um tanto irrequieta

Numa amizade, antes tão secreta

E hoje aberta à língua mais mordaz.

Não sabem quando ao teu peito o meu deita

Formamos uma liga tão tenaz

Que nenhum preconceito é capaz

De separar por ranço ou despeita.

Há rugas, cicatrizes, sobre a pele,

Mas na alma não há uma que revele

Tristeza, amargura ou rancor.

E assim, indiferente ao que é idade,

Amadureço minha mocidade

Nos braços de quem sabe e ensina o amor.