TROPICÁLIA
Fico dos discos empoeirados os riscos cantados e chiado;
Sou o toca dico gravando rumba em noites de natais;
Porque minha alma latina verve em cantos asfaltados;
Pelos ilê da roma depravada em língua morta nascente.
Sou um homem de romã com caroços de oliveira em mel;
Basta de macarrão em doce frutos do mar no sereno;
Despertando nas gôndolas de Veneza os recifes de corais;
Em mim uma tiara nos caracóis de cachos em ventos.
Sou o real passado em colagens de papel machê em lápis de cores
Em histórias de Gal, Caetano, Bethânia e Gil...
Música e letra, onde danam-se fitas cassetes gravadas.
Sou blusa bordada em magos em Odora da terra tropicália;
Mutantes pelas nostalgias em canções de poesia alegres;
Que pela bossa-nova não fez-se verão pelas marcas da história.