TROPICÁLIA

Fico dos discos empoeirados os riscos cantados e chiado;

Sou o toca dico gravando rumba em noites de natais;

Porque minha alma latina verve em cantos asfaltados;

Pelos ilê da roma depravada em língua morta nascente.

Sou um homem de romã com caroços de oliveira em mel;

Basta de macarrão em doce frutos do mar no sereno;

Despertando nas gôndolas de Veneza os recifes de corais;

Em mim uma tiara nos caracóis de cachos em ventos.

Sou o real passado em colagens de papel machê em lápis de cores

Em histórias de Gal, Caetano, Bethânia e Gil...

Música e letra, onde danam-se fitas cassetes gravadas.

Sou blusa bordada em magos em Odora da terra tropicália;

Mutantes pelas nostalgias em canções de poesia alegres;

Que pela bossa-nova não fez-se verão pelas marcas da história.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 13/11/2019
Código do texto: T6794313
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