QUARTO FECHADO
Estou entre as linhas dos novelos;
Tecendo histórias passadas...
Na narrativa presente de um iludir;
Onde o efêmero tomou conta da minh'alma.
N'alma sinto a presença do carretel;
Laçando-me em vespertinos dias...
Em agulhas que ao perfurar a noite;
Chove em águas claras o dia!
O amor chega em rios entre árvores frondosas;
Sinto-me um troco paralisado no tempo;
Que tudo pode me dar e parar de doar-me...
As folhas estampam-me num rosto o véu;
E minhas raízes já não são os meus pés;
Porque vivo sempre voando pelo céu.