Amor

Só se morre de amor, só se perece

Quem dele, o amor; não vive, em assomos.

Sem lhe saborear os doces pomos,

E ao febril desejo, desobedece!

Amor é hino, ode, ele é canção... é prece

É viver momentos, capítulos e tomos...

Vive-se só, do que sentimos, somos,

Morre-se somente do que a alma esquece.

Amor é vida e vida em plenitude,

É viagem sem escala ao universo,

É dádiva, presente, solicitude!

Flor sem espinho, moeda sem reverso,

Som de flautins, oboés, alaúdes,

É fazer da existência, extenso verso.

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