NA BOCA DO LIXO
Este me bem querer-te me faz bem;
Porque eu quero como beija-flores;
No querer mais puro desvirginado;
No silêncio do querer em prece.
Quando eu tiver você em meu braços;
Ei de rogar preces nas quais orarei;
Para ter-te em meu corpo suado;
Banhado de sândalos cheirado mato...
Quero que tenhas a mim por inteiro;
Amando-me como se rasga papel;
Escritos nas bancas dos jornaleiros.
Pois é-me da manchete que faz boca;
De notícias lidas do cair do crepúsculo;
Dentro de mim o teu cheiro me matando!