Soneto Sem Analogia
 

 
Composto no silêncio desta madrugada,
eu trago o meu soneto só para ofertar-te.
Não tenho analogia com Camões em nada,
mas tenho sentimento e vocação à arte.
 
Se não tenho mestrados e componho mal,
que me perdoe Machado e também Pessoa.
Quem sabe meu poema possa ser sem sal,
mas tenha uma doçura que não se destoa.
 
Quisera fosse mesmo tudo assim tão doce,
que dentre nós jamais houvesse a despedida
e doce – eternamente – a nossa vida fosse.
 
A noite é calorosa e traz o amor com ela.
Se o terno adoça a alma e nos colore a vida,
conserva essa ternura que te faz tão bela.

 

 
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