AMNÉSIA
Bendita sejas tu, ó amnésia,
Por ocultar de mim tantos segredos,
Na caixa de Pandora por os medos
Da alma que carrego em agonia.
Se não os contar a mim, em confraria,
Mantendo-os no escuro, à fé dos credos,
Consigo suportar os arremedos
De uma existência falsa e vazia.
O que a mim escondo e não conto
A ninguém não me dá qualquer desconto
Diante de afetada consciência,
Mas se esqueço ou então finjo esquecer
Encontro lenitivo pra viver,
Enganado em tosca existência.