AS DUAS FACES DO AMOR
O amor tem uma face invisível
A ninguém sendo dado perceber.
Sob a beleza rara a se ver
Esconde-se a de aspecto desprezível.
Aquela que encanta é descritível
Na cena de um casal a se perder
Em juras, todas falsas, qual o que
A calma sobre cólera irascível.
Ambas enganam, a alegre e alucinante
Da face calma e a do ego dominante,
Sempre que o encantamento a rusga alcance.
E cada face assume o mesmo rosto,
Se alternando entre o júbilo e o desgosto
Sobrevindos nas fases do romance.