CRONOLOGIA
Aos vinte anos, batem-nos à porta
Sonhos dourados a nos encantar
E arrastar-nos de casa ao que há
Num mundo de quem traz a alma torta.
E aos trinta, tudo o mais quanto importa,
Fora dos sonhos, é apenas nos virar,
Apáticos ao riso e ao chorar
De uma relação, talvez, já morta.
Aos quarenta, outra vez, a realidade
Nos mostra as faces tristes da idade
Erguidas sobre alma tão sofrida.
Aos cinqüenta, o corpo envelhecendo,
Descobrimos na alma se escorrendo
O que de fato importa à nossa vida.