VINHO

Tem menos de uma dose a garrafa

Do vinho que me deu tanto prazer

Em taças de cristal ou no buquê

De lábios que à memória não se abafa.

Em contos que o inverno coreografa

Passei cada minuto a me entreter,

Degustando a bebida sem saber

O nome que à ânfora se grafa.

As vésperas do quase último gole,

Já de ressaca, o gosto se abole

Da boca lendo o nome da bebida.

O vinho licoroso e de valor

Incalculável e raro em sabor

Tem no rótulo de ouro o nome vida.