ESTRELA VIVA

Outro em desespero e não eu

Um dia te caçou por entre os astros,

Querendo te prender nos longos mastros

Dos olhos que do amor se ascendeu.

Mas eu, ao que o outro se rendeu,

Abandonei olhar teus débeis rastros.

Agora encanto os olhos noutros lastros,

Nas noites de esplendor, se olho o céu.

A estrela que outrora procurava

O outro nunca fora astro. Piscava

Talvez, um pirilampo à cerração.

Mas a estrela que, como farol,

Guia-me pelo mundo, mais que o Sol

Resplandece, vivendo sobre o chão.