DESPERTAR

Eu já estive tantas vezes perto

De pegar o arco-íris com a mão,

No risco do horizonte estar inserto,

E dançar numa estrela estando ao chão...

E sob o céu de hoje encoberto,

Já não sentindo o toque do condão,

Desse sonho indormido, eu desperto

A ver que tudo fora ilusão.

O arco-da-aliança fez-se d’água

E a felicidade imaginada

Dentro do pote de ouro virou mágoa.

E o horizonte não passa de linha

A limitar o céu em mal pintada

Tela que nem só uma estrela aninha.