FOGO

Ao pensar em você de uma maneira

Que o pudor me impede de contar

Eu não me sinto dentro de fogueira,

Se em magma de vulcão dou-me a queimar.

E como hulha em chama que inteira

Some a em outro corpo se tornar

Restos de cinzas viro e na poeira

Dos sonhos me confundo com o ar.

Sendo acolhido entre os seus braços,

Fortes em laços ou leves amassos,

Em ondas de calor eu me afogo.

E no infinito ardoso quando entro,

Afigurando o sol a queimar dentro

De outro sol, me sinto o próprio fogo.