BILHETE DE DESPEDIDA
Aos que lerem o que passo a escrever
Digo arrastar em vida um velho morto,
Quase chegando aquele último porto
Que o destino reserva a todo ser.
Nasci em plena era de Rembrandt.
Faço ano a partir deste pintor
Que foi um gênio e não do Redentor,
Ideia de uma igreja anciã.
Este lugar não tem mais solução,
Se o povo se sujeita à depressão,
Sentando a bunda à frente da tevê...
Já velho e cheio por ser um macaco
Ereto a cagar sobre o saco,
Não vejo mais razão para viver.
No soneto intertextualizo diálogo do filme argentino “Em Mi Obra Maestra” filmado em algumas locações que mais parecem obras de arte e com enredo e diálogos inteligentes.