AINDA ACREDITO

Pouco me basta para dar-me por satisfeito;

Um cigarro, um café, uma conversa entre

Amigos; repudia-me sim, ver um lar desfeito,

Porque eu sei que, lá dentro, vive gente.

Dêem-me sol ou chuva, um pouco de mar,

Para contrabalançar; fechar os olhos aos ruídos,

Comer da árvore a fruta, que for lá buscar;

Custa-me a ver um pobre de punhos puídos.

Nada melhor que observar de longe a natureza,

Rebolar-me nela, como quando era criança;

Ter do presente a justificativa para uma certeza.

Mas não julguem que eu sou indiferente, não;

O que eu tenho é do homem muita esperança,

Na sua sabedoria, que vive perto do coração.

Jorge Humberto

28/09/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 29/09/2007
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