DIA DE QUEM

Desculpem se não sinto essa saudade

De encomenda por quem já se foi

E quem em vida banca o herói

De capa e espada por pura vaidade.

Podem dizer ser coisa da idade

E que a senilidade me corrói

E o azedume é aquilo que destrói

O meu apreço pela humanidade.

Dia de um... De outro... Grande festa

Às vezes, faz-se até a quem não presta,

Por ser lobo em pele de cordeiro.

Irmano-me, porém àquela gente

Simples que todo dia é o presente,

Que uns dão hoje pelo ano inteiro.