PROCURA

Eu ando pelo mundo a procurar

A alma irmã da minha e nada espero

Além de sentimentos e o sincero

Prazer também de a sua encontrar.

Não vivo de ilusões, no desespero

De umas e outras sempre cortejar,

Pois não vivo no amor a enganar

E ser nele iludido não tolero.

Não lhe conheço os traços, mas o jeito

De ser que nem parece o mais perfeito

E quem sabe até falte formosura.

Quem procuro se eleva à beleza

Calcada na estranha natureza

De ter corpo lascivo em alma pura.