LIVRE
O que veio por obra do acaso,
Antes do por do sol o descartei
E a página do dia eu virei,
Após mais um intenso breve caso.
Da moral eu não sou luz no ocaso
E não ando também fora da lei.
O corpo em mim tecido usarei,
Antes de ser adubo em um vaso.
Vivi muitos “agoras” sem desculpa,
E de dores alheias, onde há culpa,
Se não nasci pra ser de cama e mesa?
Ser livre para alguns é complicado,
Mas viver não é crime ou pecado
E estou em paz com minha natureza.