BROINHA DE FUBÁ

Às três da tarde em ponto todo dia

O cheiro de café ganhava o mundo

E meu olhar pidão corria ao fundo

Do quintal para ver de onde saía.

Espreitava a cozinha onde Maria

Sovava a massa e o susto foi profundo

Quando ela acenou e em segundo

Acudi-a no bolo que fazia.

Com a colher de pau bati farinha

Na úmida tigela que ela tinha

E não deu tempo nem pra conversar.

Na xícara dos lábios bebi quente

Café coado e à mesa, impaciente,

Provei sua broinha de fubá.