BATALHA NOTURNA
Estou em paz, tu dizes. Pelo dia
Teu pensamento vaga, bem sereno.
De mim tu não te lembras nem pequeno
Detalhe que te deixe em agonia.
Mas ao entardecer quando a alegria
Foge dos lábios no último aceno
Dos amigos, duvido se o que peno
Não te acompanhe pela noite fria.
Na mente, árduo campo de batalha,
O pensamento inteiro se espalha
A mostrar-se tirano e traiçoeiro.
E de manhã, se imploras pelo sono,
O corpo não encontra abandono,
Sem ter em mim macio travesseiro.