O MOÇO E O CENTEIO

Há muito a noite se fez aqui de permeio,

E o latir dos cães saúdam as premissas,

Lógicas ou não, do suave canto do centeio,

Das rudes batalhas ao sol, entre liças.

Debruado o cereal, pelo inteiriço da esteira,

O amadurecimento é necessário e o restolho

Revolta-se, mesmo ao lado da sementeira,

Que forma sinuosas sombras, com que escolho

Observar, cá de longe, enquanto o frio

Se faz presente, nesta longa e desperta noite,

Em que fui eleito para ser o dono do pavio,

Que queima sem parar, afastando animais,

Quando lhes proponho um agressivo açoite,

Se o atrevimento passar para lá dos canaviais.

Jorge Humberto

25/09/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 27/09/2007
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