FUNERAL
Eu não deixei saudade onde passei
E nunca ninguém deu falta de mim,
Por isso quando eu chegar ao fim
Irei feliz, pois choro não causei.
Hão de dizer que em tudo eu falhei
E dei desgosto, sendo tão ruim.
Tá certo, nunca fui um querubim
E aos santos de pau oco não rezei.
Sabe aquele velho dinossauro,
Medonho no museu e em mau restauro?
Morreu, de pesar não se ouviu um berro...
E o réptil que o comeu, alguém recorda?
Então? Quem for chorar que a língua morda,
Pois não terá comida em meu enterro.