A vida    dela era uma caixa


Vistes a vida ,poeta?!Um gesto que se lembra
E se agrava sem palavra?!Mas poeta ela já se foi de mim;
E quanto dela ficou,entardeceu,aflita partiu,qual era mesmo 
O nome dela?! Era Gabriela,ou Maria,Beatriz,ou Amélia?!

Viste o soneto deixado na eira por ela?!Era lápis preto-canela;
E tingiu toda,pelo susto da poesia molhada;E sei que era dela,
O tinto à mesa,e cálice vazio,denuncia, se vêm só,ou passeava
Com ela !Mas sei poeta do que retorna,cada instante,era só ela!!

Vistes as eiras poeta,a vida dela era uma caixa,vistes o verso
E a candeia, e o perfume de alabastro e aloés e mirra?!
Era o sangue dela,que ventava,era o rubro,a imensa tela de germir grão!

Vistes a vida ,poeta,aqui mil noites em mim,por dentro sempre o jogo;
Vistes Morena poeta,por causa dela faltou poesia,água de bica,
Poeta qual era o nome dela?! Sangrou veia,mas ela fala,que tudo é rio!!


(Dedico o soneto ao mestre Francisco Zebral)
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 02/07/2019
Reeditado em 02/07/2019
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