O BRINQUEDO
Já não suporto ser mero capricho
De menina animada com brinquedo
Novo, mas pronto a ser posto no lixo
Tão logo ela se canse do folguedo.
Fui tolo, mas perdi hoje o medo,
Ao ver os braços de anjo em seu nicho
A outros se estenderem em segredo
E de pelúcia eu ser apenas bicho.
Se os homens em seus braços são bonecos
Espalhados no quarto pelo chão,
Virando ao desprezo cacarecos,
Saiba, eu, o brinquedo que não alcança
Mais nem o teu olhar ou tua mão,
Também cansei de ti, pobre criança.