ETERNA BUSCA
De tanto correr pela vida, sem rumo,
deixei escorrer entre os dedos, a sorte,
em meus desacertos busquei o meu prumo,
dos meus cambaleios eu fiz meu aporte.
Se fui marginal ao projeto, eu assumo,
não ser presa fácil nem ferro que entorte,
forjei minha espada e, na espada, presumo
que ganha-se a vida ou entrega-se à morte.
Não hei de viver, nenhum dia sequer,
seguro em cabrestos que a vida me impõe
nem preso a cambões que destinam meus passos.
Sou filho do mundo e no mundo o que der,
será de bom grado e assim pressupõe
que livre hei de ser para acerto e fracassos.