LAÇO VERMELHO NO PARQUE

De inveja o próprio sol até se esconde,

Ao ver que as flores caem de joelho

Quando ela passa com laço vermelho

No cabelo que a ouro corresponde.

É que por mais que o olhar atento sonde

Da natureza todo o aparelho,

Não ver nada que seja o espelho

De perfeição, por mais que o parque ronde.

E os pássaros, vassalos da beleza,

Entoam com a voz da singeleza

Uma canção em rara homenagem.

E a manhã se acaba, é o que parece,

Quando de vista ela se esvaece

Como uma flor sumindo na folhagem.