Livro de cabeceira


De ouvir falar do amor,soube que a ferida não cabe no poema;
E também que de uma a outra boca se repele a gula,a fera-fêmea;
E silêncio dela,todos os utensílios de casa eram amarelados pelo tempo,
No aparador,vasos e retratos,também amarelados,e o instante era aquele !

E o fogo-fátuo era sutil, e anoitece na poesia,o que não cabe na cama;
E tem talhe na alma e faz -se a mala pequena e se parte da casa quedos,
E leva utencílios azuis todos,e o silêncio planeja,porta de sair,
E que constante é só de existir,o bastante pra ferir,mulher e seu amor quebrado!!

E também anoitece no corpo,e fogão de lenha aceso,faz ultimo cigarro de palha;
Moço dela já de pé,nada diz,põe chaleira pra ferver chá de canela,e olha janela,
Vai lá embaixo,mulher de mala,quedada do tempo e outras sentenças;

Desce a vida,e escorre lágrima alguma,coração pulsa lento,e tem sim ferida
No poema,e de um a outro lábio,o calor e o cio,lembra-se do tempo de ferir;
Quedou-se a vida e a mala e bule de café,amor faz trilhas absurdas,e íngrimes!!



 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 26/05/2019
Reeditado em 26/05/2019
Código do texto: T6656793
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