NÚPCIAS
Depois de retirar o último adereço
Do vestido de noiva em parcimônia,
Acabara-se enfim a cerimônia
E as núpcias tiveram o começo.
Sob a grinalda e um laço travesso
Havia em traço humano a arte que sonha
Um deus, mas à escultura sobre a fronha,
Sem ser divino, meu era o acesso.
Rescendia ao perfume de uma rosa
O corpo da mulher em melindrosa
Situação de embaraços e atropelos.
De mãos trêmulas, tocando a primavera
Chegada tarde, após tamanha espera,
Tirei o laço de fita dos cabelos.