JARRO DE LOUÇA
Sem ter porquê vi fora de lugar
Jarro de louça branca no jardim.
Alguém o havia dado para mim
Como recordação para lembrar.
Durante muito tempo foi assim:
Se lhe estendia mesmo um breve olhar,
Eu começava logo a relembrar
O que passou de bom ou de ruim.
Ficou o jarro ali, nem me dei conta,
Até que hoje, quem sabe por conta
Do acaso, o vi quebrando a harmonia.
Ao jogar fora o jarro já sem flor,
Notei que a harmonia retornou
Ao jardim, devolvendo-me a alegria.