MAIO
Eis que maio amanhece e me vejo acolhida
por lembranças de um tempo guardado no outrora,
quando a infância singela, qual anjo vestida,
coroava com rosas a Santa Senhora.
Eram brancas as asas, as rosas, a vida...
Era a vida serena, de rimas sem hora.
Era a fé, tanta fé, em meu peito contida...
Era Aquela que ampara e consola quem chora.
Hoje... A fé permanece, sagrada Mãezinha,
mas as asas, as rosas...Meu fim se avizinha...
Entreguei-as às dobras dos sonhos dispersos.
Só retive em minh’alma o dulçor da poesia,
e no humilde murmúrio de uma Ave Maria,
Te coroo em cantares tecidos com versos!