Depressão
Presídio de portões escancarados,
Donde não pode o preso se evadir,
A prisão se eterniza no existir,
Fazendo-o duplamente condenado.
Coração sem arrimo, abandonado,
Não convalesce, falta-lhe elixir,
Só existe passado, sem porvir,
Fantoche em seus cordéis embaraçado.
São disformes, voláteis pensamentos,
Não lhe fornece trégua um só momento,
Mas o arrasta silente para o degredo.
Zumbi da catacumba levantado,
Por noites a vagar desatinado,
Na perdida expressão do medo… medo
Aracaju, 27/ 04/ 2019.