Campo de centeio
Campo de centeio
O verso transige ,o corpo transige,a poesia se faz nua!
Pego remo e no rio desço,e emudeço e mais desço,
E me vejo outorgando o esquife pra margem de lá e lá deixo!
Da descida só a fome de suar-te,e dar-me de beber teu corpo!
Nessas coisas de amar cabe nada,nem mais que abraço sobeja,
De tanto de extraordinário te ver,do que antes cabia numa carta,
Hoje aparador fica mudo nos seus retratos e vazios de calor!
Alguns abraços dantes abrasados,ora deixados,pedia notícia postal!
Hoje a unir-nos,nos aparatamos do escuro e o dividimos ou o
Sentenciamos,como centelha de Deus;Aquele tempo de antes
Se rendeu,trincando a alma nas coisas,nos lagares tão nossos!
Cadê?! Outono já veio,vem vindima e odres de vinho,cântaros?!
O verso transige,sonetos transigem,mas estrelas evidenciam
Uma viajem em pomares de romãs e amendoeiras,vale vida!!