Pássaros-pretos
Pássaros-pretos
Meus amores de circunstâncias,no ar por um momento,
Bateu nas pedras,pelo tempo e pelos lagares tão teus;
Que instinto de perda cresceu em mim,que já tinha,
Deixado pomar de romãs e cerejeiras,secarem de todo;
No que de xícaras e pratos por lavar,e falta de pão de centeio,
Nenhuma fornada saíra mesmo nas manhãs de Outono;
Sutilmente de nosso cio e recâmara falharam os carinhos,
E hipotecados e empurrados fora da escrivaninha se perderam;
E saí com mala única e um colar de pérola e deixei fotos todas
No aparador,e com coração meio aflito,tranquei porta,
E saí sem olhar pra trás,a me dividir no escuro,nem vintém;
Eram patéticas nossas camisas nos varais,mais ainda,lençóis;
O tempo que roa seus mortos e a recâmara sem cheiro algum;
Antes era cheiro de mirra,alfazemas,hoje,nesse adeus,absinto!!