SALVO PELA LÍNGUA

A língua portuguesa é majestosa.

Se uso a expressão “poucas e boas”,

Não conto as qualidades das pessoas

Ou as unidades de um buquê de rosa.

Sabendo manejar com esmero a prosa,

Com a expressão se pode cantar loas

E, apostando na língua as coroas,

Sair de situação bem perigosa.

Ao ouvir “poucas e boas” de meu bem,

Reclamando da ausência, vi um trem

Sobre mim a jogar raiva e afins.

Parei o trem teimoso ao dizer:

As “poucas e boas” horas com você

Batem das outras as “muitas e ruins”.