MIOLO DE PÃO
De manhã, quando o cheiro do borralho
recendia em café junto da rede,
misturado à fumaça na parede
um gostinho de pão e de orvalho...
Pai gritava: “levanta seu pirralho,
puxa a crina do beco e se escafede”,
- mas Paim, dez minutos me concede...
- “vai comprar logo ‘os pão’ e pega atalho”...
Eu caía da rede espreguiçando,
com o cheiro de pão me despertando,
pra bodega, buscar pão, eu corria...
Consciência até tinha..., mas no dolo
eu comia dos pães todo miolo...
Pai notava e fingia que não via!