A Morte do Poeta
Quando morre um poeta nordestino,
Nasce um pé de facheiro no sertão,
Em som de chuva trova o coração,
Homenageando o bardo e seu destino.
Poeta neste chão vem de menino,
Variando a rima igual camaleão,
Mimetizar é sua devoção ,
Indo de bombardão a violino.
Quando morre um poeta em meu torrão,
Sabiá desatina de emoção,
Assum preto em seu belo canto aferra…
Esturrica no chão mandacaru,
Chora na caatinga o pé de umbu
E nasce um novo ipê ao pé da serra
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Sou imensamente grato ao amigo Poeta Jota Garcia, que mais uma vez se faz presente a minha página não apenas como leitor, que já me seria uma grande honra, mas também como integrante dessa. Seu poema é a expressão dolorida da falta que nos fazem os poetas, independente de seu brilho.
QUANDO UM POETA NOS DEIXA
O Sol se esconde entristecido,
Os pássaros calam a cantoria.
Parece noite mesmo sendo dia,
Na natureza um choro contido.
Nem a chuva, que é tão esperada,
Nem a roça que vai de vento em popa,
Nem a mulher passando e dando sopa,
Nem o rio cheio pela invernada.
Nem a água jorrando na biqueira,
Nem o balde de leite esborrando,
Nem os guris no pátio brincando,
Nem a grana da safra na carteira.
Nada nos traz de volta a alegria,
Nada disso nos abranda a tristeza,
O mundo é triste e sem beleza,
Se falta o poeta e a poesia.
Que beleza de versos você escreveu, amigo Mozaniel. Um abraço
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Agradeço de coração a tão bela participação da Poetisa e amiga
Aíla Maria Brito, lá de Cocal Piauí.
A MORTE DE UM POETA
' A MORTE DE UM POETA' - anunciava,
Com letras em destaque, no jornal,
E um negro laço, confirmando tal
Noticiário, a todos, alarmava.
O tempo pesaroso ressoava -
Trovões - e a chuva forte lacrimal,
Caindo como em pranto sepulcral,
Traduzia a dor... Tudo consternava!
O pássaro cantor, emudeceu
O pôr do sol também não despontou
E o brilho da estrela feneceu...
Mas via-se um sorriso em sua face,
No último suspiro ele lembrou:
- Poeta não morre, nos versos renasce!