SARGAÇOS
Não veja nos sargaços a sereia
Com quem à noite possa até sonhar.
O prazer da ilusão pode matar,
Ao mar, cuide dos bancos de areia.
Se o silvo da procela assustar,
Do que vier à mente em nada creia
E do que for real também descreia,
Pois os sentidos podem enganar.
Monstros marinhos são parte do medo
E para afastá-los o segredo
É mostrar que não tem deles temor.
E se a sorte o trouxer de volta à terra
Saiba que nos sargaços se enterra
Quem não deixou no porto o que sonhou.