LES MISÉRABLES

Do destino, leis decretam o norte.

Universo infindável da miséria

Olhos no chão; esperanças etéreas,

Cantarolando seus cantos de morte.

Negros os dias, vermelho o corte,

Um corpo rasgado pro cemitério,

Quantos francos valem o seu mistério?

Doce Fantine, fecundai tua sorte!

Belos, ternos ombros d’antes culpados

Crianças famintas caçam migalhas

Acaso desejas, triste menina,

Roubar do diabo pães amassados?

Lutai com amor, oh, maltrapilhas,

A revolução no canto germina.