(Sem Assunto)

Eu, com nenhuma criatividade,

sem ideias, sem nenhuma inspiração,

cuspindo um soneto alheio à pretensão.

Nem razão de ser, nem falar verdade.

Escrevo apenas porque deu vontade

à margem de qualquer motivação.

Torço pra não transmitir emoção.

Pra que vestir versos de tempestade?

Apenas sigo atirando palavras,

como se atirasse pedrinhas num rio,

ouso rimar “palavras” com “palavras”;

Ouso até no infinitivo rimar...

Eis um poema inteiro vazio.

Afinal, nem todos sabem amar.

Doce Pierrot
Enviado por Doce Pierrot em 28/03/2019
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