(Sem Assunto)
Eu, com nenhuma criatividade,
sem ideias, sem nenhuma inspiração,
cuspindo um soneto alheio à pretensão.
Nem razão de ser, nem falar verdade.
Escrevo apenas porque deu vontade
à margem de qualquer motivação.
Torço pra não transmitir emoção.
Pra que vestir versos de tempestade?
Apenas sigo atirando palavras,
como se atirasse pedrinhas num rio,
ouso rimar “palavras” com “palavras”;
Ouso até no infinitivo rimar...
Eis um poema inteiro vazio.
Afinal, nem todos sabem amar.