NOITES INSONES
Um momento, um caminho, uma curva do rio,
a mirada do Tempo, furtiva, em soslaio...
A saudade exilada num leito vazio,
sem ternura das rosas nos olhos de maio.
Horas plúmbeas, estéreis... Silêncio sombrio...
Sequer luz do luar, sequer último raio...
A esperança, oprimida por fado gentio...
E o amor, tanto amor... Por amor eu me esvaio
em poemas de rimas tristonhas, quebradas,
minhas noites insones, feridas, cansadas,
incensando lembranças do amor que foi teu.
Não, não foi, ainda é,e esse amor me consome,
me dilui, me desfaz, só me encontro em teu nome...
E perdida de mim, já nem sei quem sou eu!