Ébrio amor
O amor tomou-me nos braços, levou
Levou-me para uma rara degustação
E eu de tão ébrio disse-lhe então, vou
Vou nas tuas ondas, marolas, canção
Na taça que entremeia rum, desilusão
Meu sangue tinto, engarrafado ficou
Biruta em pista de pouso, foi ao chão
Alcoólico néctar em teu beijo, tombou
A beira mar, sóbria maresia, soprou
Portuária de minh’alma, vil embarcação
Sacolejou minha cuca tosca, baratinou
Esta dama perfumada, cheiro de aflição
Quisera valsar em meu peito de isopor
E naufragou no abismo de meu coração
Carlos Roberto Felix Viana