Resiliente madeira
Passam-te a mão para tão breve largar-te
Como podem vesti-la em tanta negligência
Pede-se no mínimo um pico de decência
Para em rasas luvas em repouso afagar-te
Há quem te puxe pra cá, outros tantos pra lá
E qual audacioso vem da valsa à cadência?
Pôr-se aos teus pés em distinta clemência?
Para o tanto que a leve tão breve e pra já
Devolva-te ao segura porto da latência
Pois nasceste para o ir e vir sem noção
Destes transeuntes de escarça paciência
Nestes trotes grimpantes, tua aderência
Passos que em ferro, riscam a decoração
Num compasso largo, porta em resiliência
Carlos Roberto Felix Viana