CRENÇA
Repousa em seis mil deuses toda crença
A seres imortais, pagãos, divinos
Que em sânscrito recebem belos hinos,
Mas a uns e outros nego existência.
Se é fé de menos toda essa descrença
A entes que se dão a desatinos
E julgam, sentenciam os destinos,
Pensem o que quiserem, dou licença.
Creio na natureza a quem endeuso
Com a fé incomum que nunca uso,
Na adoração a ídolos quaisquer.
Mas devoto total credulidade
Numa deusa mortal que a divindade
Vejo encarnada em forma de mulher.