Carcereira lembrança

Oh flor da rubra noite encardida

Castanhos olhos do querer bem

Enxovalhada de repulsa e desdém

Na calada madrugada invadida

Semeias tua graça muito além

Privando-me a face preferida

Qual mal me fez na despedida

Que bem te dispo de toda e sem

Ainda que em memória reprimida

Tua dulcíssima lembrança é réquiem

Madrilena prestante e exclusiva

O mais que te quero: vê-la absolvida

E do cárcere que ora a provém

Libertar a lembrança adormecida

Carlos Roberto Felix Viana