ROSTO
Olhos de pedir, lábios de espera
E cílios de promessas serão código
A levar rogações de flor ao pródigo
Colibri sonhador da primavera?
Quem dera fosse... Ai, como lamento
Não ser o beija-flor ou a esperança
Dos lábios a rogarem ao que se lança
A face repetindo o pensamento.
Deve ser para outro que o rosto
Abre-se à claridade de um sol posto
Carente do que ao peito também ponho.
Nem leve esperança há talvez
De os olhos ao verem-me uma vez
Descubram em mim o seu amor de sonho.