CÉU
Um céu sem nuvens não é tão bonito
Quanto um céu com capuchos de algodão,
Nuvens que imitam o que há pelo chão
Para agradar a Deus no infinito.
Às vezes, sim, o céu fica esquisito
E se enfeza e mete o carão
Na terra e despeja um lameirão,
Depois de ordenar tudo no grito.
Mas céu é assim mesmo, imprevisível,
Sujo o algodão, não crendo no impossível,
Ordena às nuvens que o cubra de ouro.
É quando em brincadeira acorda o sol
E o deita sobre as cores do arrebol,
Mostrando a Deus ser seu maior tesouro.